Fabio Nogueira, estudante de Arquitetura na
UFAL e membro do grupo
Grasshopper Brasil, está desenvolvendo o seu trabalho de graduação, no qual está "tentando através de um exercício projetual utilizar conceitos de design generativo e fractais" e pergunta por referências sobre esse tema. Devido ao interesse que outros leitores do blog e membros do grupo têm, me tomei a liberdade de fazer pública a resposta:
Para o basamento teórico, as referências mais cercanas que posso recomendar são:
Dentro destas dissertações, você encontrará, além dos trabalhos, referências importantes que de outra maneira teria que listar aqui, o que seria pouco prático.
Para o desenvolvimento de projetos generativos no
Grasshopper (
GH), têm vários métodos, mais o menos apropriados, segundo o que você precisar ou o que estiver disposto a aprender.
Primeiro é importante não confundir o
desenho ou modelagem generativa com o
design ou arquitetura generativa. O primeiro é generativo em termos de representação: regras sintéticas (não gráficas) que
geram desenhos ou modelos, ou seja, modelar usando o
Generative Components,
GH ou similar, ou através de scripting (
RhinoScript,
MAXScript,
Processing, etc.). Mas quando se fala em arquitetura generativa, se fala em um processo no qual se definem regras simbólicas de projeto que
geram sistemas arquitetônicos. O primeiro é uma técnica de representação (associada ao projeto); o segundo é uma metodologia de projeto (que usa essas técnicas não só para desenhar, mas também para projetar). Ou seja, todo o que se faz no
GH é modelagem generativa, mas nem todo projeto feito em
GH é arquitetura generativa.
Tenho dito isso, existem vários métodos específicos de projeto generativo que podem ser implementados no
GH. Neste momento, eu consigo pensar em quatro:
1. Desenvolvendo a sua própria lógica generativa com os componentes do
GH. Têm muitas transformações iterativas que podem ser feitas trabalhando com listas e árvores de dados, usando Series, Range, grades e nuvens de pontos, etc. Também pode ser útil fazer Clusters com grupos de transformações que se apliquem como regra repetitivamente sobre vários elementos. Dica: o uso da constante Phi pode ser útil como multiplicador dos fatores de transformação para gerar fractais, já que esse número nasce de uma lógica recursiva.
2. Aplicando regras generativas predefinidas, através de plug-ins como
Rabbit. Dica: veja os
tutoriais do Rabbit.
3. Desenvolvendo as suas próprias regras iterativas usando os componentes do
GH com a ajuda de plug-ins como
Hoopsnake. Dica: leia o artigo e estude os exemplos de:
Iterative Step Modelling, por Yannis Chatzikonstantinou, desenvolvedor do Hoopsnake.
4. Implementando os seus próprios algoritmos generativos programando em alguma linguagem de scripting dentro do
GH: C#, VisualBasic.NET ou
Python. É de longe a mais difícil, já que implica aprender a programar em uma dessas linguagens, mas desse jeito se libera de qualquer limitação que os métodos anteriores possam ter, sem contar o universo de novas habilidades que seriam adquiridas.
Espero que estas referências e dicas sejam úteis para mais de um. O seus comentários são bem-vindos. E, como dizemos no grupo, boas pesquisas!